Bogotá usa passado colonial para promover cultura e gastronomia

Catedral de Bogotá, cidade conquistada pelos espanhóis em 1538 

A história está nos livros e filmes, mas, sem exageros, a Colômbia talvez seja o país da América Latina que melhor proporciona ao turista uma imersão sobre o passado de dominação espanhola neste continente. 

Na capital Bogotá ou em Cartagena das Índias, esse capítulo da história ganha vida nas ruas e se materializa em palácios centenários, igrejas e monumentos. A quantidade de patrimônio histórico e cultural preservado surpreende nas duas cidades.

Passear a pé no bairro La Candelária, o centro histórico e berço da cidade, é um bom começo para fazer essa viagem no tempo. Pelas ruas estreitas com calçamento de pedra, a arquitetura colonial se destaca em construções de dois andares com seus balcões charmosos (sacadas). Edificações históricas como a Catedral Metropolitana de Bogotá (foto acima) e diversos outros prédios imponentes nessa região conseguem transmitir ainda nos dias de hoje o poder dos conquistadores e a importância desse território para a coroa espanhola.

La Candelária: arquitetura colonial e calçamento de pedras preservados

O centro histórico de Bogotá tem a maioria das fachadas de seus prédios bem conservada, as ruas são cheias de museus, igrejas, restaurantes e lojinhas. As áreas mais visitadas têm a presença ostensiva de militares e são sinalizadas e limpas. Quem conhece a degradação do centro de São Paulo fica com inveja ao passear por La Candelária. Aos domingos, a área vira um imenso calçadão para pedestres e ciclistas com o fechamento das vias do centro histórico para veículos.

Festival de Verão de Bogotá com desfiles em agosto na Plaza Bolívar, região central

Há comércio ambulante mas o assédio não chegou a incomodar. O que incomoda muito são os pombos às centenas na Plaza Bolívar. A ausência de moradores em situação de rua nessa região central é intrigante. Segundo um taxista, o governo faz ações rotineiras para remoção dessa população para bairros mais distantes. De fato, não os vi pela Candelária.
Em agosto (2022), o clima estava instável com sol e chuva se alternando ao longo do dia. A temperatura chegou a 10º C e não passou dos 24º C. 

Plaza Simon Bolívar, com principais prédios históricos de Bogotá e uma legião de pombos

É verdade que o trânsito nunca foi bom em Bogotá, mas ele estava ainda pior quando estive lá. Duas linhas de metrô estavam em construção (agosto/2022) e havia interdições e desvios por todo lado. Taxi e Uber foram boas opções para os deslocamentos.

=> O que visitar em Bogotá



Um antigo edifício colonial abriga o maior acervo de obras do mais renomado artista colombiano, Fernando Botero.  


As instalações modernas e bem cuidadas contam a história da exploração do ouro na Colombia. Já num casarão cheio de história, visitante aprende sobre o passado da cidade de Bogotá.



Plaza Bolívar
Um dos cartões postais da cidade e símbolo da resistência ao domínio espanhol.


Iglesia Carmen
Tem uma das construções mais irreverentes de Bogotá.


Cerro Monserrate
Ponto mais alto de Bogotá oferece passeio completo com bondinho e restaurantes e cafés para apreciar a vista.



Convento de Santa Clara
A construção abriga um museu de arte sacra aberto à visitação.

=> A moderna Bogotá
A Zona Rosa fica a cerca de 30 minutos de táxi da La Candelária e é o bairro de maior concentração de restaurantes e bares de Bogotá. Tem ruas arborizadas, ciclofaixas e edifícios baixos. É um espaço de convivência entre moradores e turistas. Não me senti insegura, mesmo sozinha durante a noite. Boa opção para se hospedar.
Bogotá é reconhecida pela boa gastronomia. Da comida de rua aos pratos mais sofisticados, a capital colombiana é certamente lugar para conhecer novos sabores. Da versão colombiana do pão de queijo (pan de bono) ao menu mais caro da cidade no Restaurante LEO, da chef Leonor, a experiência gastronômica superou minhas expectativas.

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