Chapada dos Veadeiros é BBB
O principal ponto de banho da trilha Saltos/Corredeiras |
Confesso que sempre que alguém me sugeria gastar alguns dias na Chapada dos Veadeiros eu fazia cara de desconfiada. Eu tinha a ideia de que o parque era daqueles em que você anda, anda e anda e o máximo que tem como recompensa é uma visão à distância de suas belas cachoeiras. Mas eu estava errada! A chapada do interior de Goiás permite a seus visitantes desfrutar de suas belezas, além de contemplá-las.
Claro, que, para isso, é exigida uma dose de sacrifício. Eu conheci as duas trilhas mais visitadas no parque (Canyons e Saltos/Corredeiras). Em qualquer uma delas, uma hora e meia de caminhada em trilha de terra, conhecendo a vegetação típica do cerrado brasileiro, é suficiente para chegar a poços de água com piscinas enormes e cristalinas. São cachoeiras com banho garantido e na companhia de pequenos peixes.
Em águas transparentes, cardumes de peixinhos dividem as piscinas naturais com os banhistas |
Trilha dos Canyons oferece mergulho entre paredões com cachoeira no final da linha |
Mergulho cheio de adrenalina no canyon |
Uma das quedas d'água da cachoeira das Carioquinhas |
Na trilha Saltos/Corredeiras, também há duas opções de banho, mas a primeira atração é uma das quedas mais altas do parque. Nesse caso, a beleza é só para ser admirada.
Pouco mais de uma hora de caminhada a partir da recepção do parque chega-se a uma cachoeira própria para banho. Entre tantas quedas da Chapada esta me chamou a atenção pela vegetação no entorno. São árvores muito altas, algo não muito comum no Cerrado, que refletem na água do poço da cachoeira criando uma paisagem incrível. É parada obrigatória!
Por fim, mais uns 20 minutos de trilha e chegamos nas Corredeiras. É um conjunto de "jacuzzis" naturais com pequenas quedas d'água que fazem uma massagem deliciosa. O terreno é um labirinto de pedras, onde se pode caminhar e testar várias cachoeirinhas.
Uma das "jacuzzis" naturais das Corredeiras |
Fim do segundo dia de trekking na Chapada dos Veadeiros |
Não é só dentro do parque que existem atrativos para os turistas. Do lado de fora, há inúmeras cachoeiras que, embora em áreas privadas, são abertas à visitação mediante o pagamento de um ingresso. Em geral, cobram R$ 20 por pessoa. Como fiquei apenas dois dias e meio na região, visitei somente a cachoeira Morada do Sol/Vale das Andorinhas, acessível a 20 minutos de caminhada depois de parar o carro num estacionamento. No entardecer, visitei uma das termas da região (Eden Termas) com piscinas naturais de águas mornas. O acesso também se dá por uma curta caminhada (10 minutos).
Vale das Andorinhas, lugar para respirar fundo e meditar |
Se cansou de cachoeira, pode-se contemplar na beira da rodovia que leva ao parque o Jardim de Maytreia, um local valorizado por místicos que afirmam existir ali um campo de força magnética. O pôr-do-sol nesse local é lindíssimo.
A base para todos esses passeios é o vilarejo de São Jorge, que fica a cerca de 30 quilômetros da cidade de Alto Paraíso, conhecida pelo turismo místico. A vila é bem simples e rústica, tem ruas de terra e poucas opções de restaurante. Recomendo o caldo de cana feito na hora num barzinho na rua principal para repor as energias depois de um dia de trilha.
Partindo de Brasília, são duas horas e meia de carro até São Jorge. Para circular pela Chapada, é interessante ter um carro porque as cachoeiras ficam distantes umas das outras. De São Jorge até a entrada do parque são cerca de 3 quilômetros. Mais informações:
http://www.icmbio.gov.br/parnachapadadosveadeiros/
Está certo que o Cerrado não é um bioma exuberante em termos de vegetação. Mas isso não significa que não exista beleza. Ela só é mais tímida. Quem procurar, acha!
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Gostei da dica, Sílvia. Bastante atraente e simples. Do jeito que eu gosto e pertinho da gente. Valeu! Agradecido.
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